O paradoxo materializado no real,
Nada é tão desigual como o centro.
A miséria apresenta-se visceral,
E a riqueza aparece imponente.
Enquanto o chão serve de cama à pobreza
E o frio mata quem tem o firmamento como cobertor.
Apartamentos fechados servem ao capital,
O qual aumenta com a miséria e a dor dos excluídos.
O ar blasé da modernidade ignora o frágil, o dispensável.
O metal frio das construções com seus vidros espelhados
Reflete o movimento acelerado e insensível da vida urbana.
Enquanto isso, nós explorados, passamos apressados,
Pensando na sorte que temos, de não sermos aqueles
Que dormirão cobrindo-se com as estrelas das noites sem
chuvas.
Agora, será que sabemos a diferença entre eles e nós?
Existe? Ou não existe? A diferença é Deus!
Mas não é o Deus Cristão! É o Deus da Modernidade!
Deus cínico e blasé! Mas
ele não é mais que nós!
Nós que nos dão na garganta ao ver a criança no sinal!
Afinal, a anestesia é desfeita! E como um bom cínico,
Contamos as moedas para pagar a bala!
Tudo volta à normalidade, sejamos nós pródigos ou avarentos!
Continuamos nós, a cruzar o centro, todo dia...
Esbarrando e tropeçando nas pessoas,
Mas nunca sendo realmente tocadas por elas.
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