quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Agosto, o mês que não terminou! Fora Temer!

Primeiramente, Fora Temer! 

A jovem e frágil democracia brasileira sofreu mais um golpe. O processo de impedimento, concluído hoje, marca mais uma triste página da política brasileira, abrindo margem à retirada de mais direitos e conquistas garantidas ao longo dos anos.

Ser contra o impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff, não significava defender seu governo em nenhum âmbito, mas sim, defender o processo de consolidação da frágil democracia brasileira, a qual, dos vinte e cinco presidentes, sendo Dilma a única mulher no cargo, apenas cinco, completaram seus mandatos. Assim, a regra, é a exceção.

O período que antecedeu o processo de impedimento, concluído hoje, ao meu ver, ocorreu um equívoco do conjunto da esquerda (com raras exceções), a qual, não conseguiu se organizar e construir um enfrentamento real ao golpe institucional, por um único motivo: vontade!

As políticas de autoconstrução das organizações da esquerda, não permitiu que propusessem ações concretas para enfrentar o golpe. As palavras de ordem não passaram de mera propaganda na tentativa de crescimento das organizações. Disputando a "coroa" da organização mais revolucionária. 

A afirmação de que não havia a possibilidades de defender o governo do PT e a Dilma, do meu ponto de vista é correta, pois as medidas econômicas neoliberais, a retirada de direitos, as nomeações para ministérios e alianças com o que há de mais sujo na política brasileira foi feita. Concordo que o governo do PT e a Presidenta usou a Força de Segurança Nacional para reprimir as Jornadas de Junho, que se estenderam por: julho, agosto, setembro e outubro. O que não significa que não deveríamos enfrentar e propor saídas para golpe.

Respirei gás lacrimogêneo com tantas outras companheiras e tantos outros companheiros por todos os meses das jornadas de Junho. Ah, também respirei gás lacrimogêneo nos anos que antecederam-nas: na manifestação no sorteio das chaves da Copa do Mundo da FIFA e também quando participei da ocupação ao Ministério das Cidades em Brasília, isso só para citar os enfrentamentos direto com o aparato repressivo do Executivo Federal. últimas.

Assim, com toda tranquilidade, defendi e defendo o “Fora Temer”, não por acreditar que o PT defendeu, nos seus catorze anos de governo, o interesse da classe trabalhadora, mas sim, por compreender, que as garantias constitucionais é uma vitória das trabalhadoras e trabalhadores, as/os quais, muitas e muitos perderam suas vidas, lutando para que fossem institucionalizadas.

A situação para as pessoas mais fragilizadas na pirâmide social irá se agravar nos próximos anos. Enquanto isso, uma parte das direções das organizações da esquerda, que há décadas não exercem uma função laboral, que não seja na superestrutura das burocracias sindicais e partidárias e os ultraradicais “Starbucks”, os quais acreditam que, quando pior melhor, se esforçam para justificar sua apatia frente à situação atual!

O processo iniciado, em junho de 2013, teve mais um desdobramento consumado hoje, mas segue aberto... E o que mais me assusta?  Eu assisti “Ingmar Bergman”!


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