A cama, o local de descanso e alento,
Mas quando deito e o sono desaparece
Eu sei o que há de errado, esse pensamento...
Há dias não me deixa e essa noite já o pertence.
A sensação de impotência me paralisa.
Faz-me andar em círculos pelo apartamento.
Só não dou mais voltas do que minha cabeça!
Ah, essa pobre, gira, gira e não sai do lugar.
Cria cenários, vários, mas como de costume...
Apego-me aos piores, acredito no conforto...
O conforto da tragédia anunciada e esperada.
Mitigada pela certeza do desastre...
Experiências de vidas passadas? Que nada!
Muitos tropeços na mesma vida errante, que provoca:
A angústia pela distancia do outro,
A agonia pelo silêncio do outro,
A aflição pela ausência do outro.
O triste é saber que o problema não é o outro. Sou eu!
Mas o que fazer com esse pensamento que me consome
Durante do dia e não deixa dormir durante a noite?
Organizo-o em caixas e prateleiras durante o dia,
Racionalizo, cada qual no seu lugar, cada sentimento
Na prateleira de acordo aos cenários construídos.
Assim, as horas passam e o dia se vai.
Dias que não me pertencem, pois têm sido
Roubados e furtados sistematicamente.
E assim a noite chega, sem que o dia tenha passado,
E na hora do descanso e do alento,
Os pensamentos pulam das caixas e voam das prateleiras.
A confusão, a agonia, o aperto no peito...
Mais uma noite será roubada, mas nessa será diferente
Não rolarei inutilmente de um lado ao outro da cama.
Essa noite haverá disputa! Não será fácil.
A luta entre a angústia e a poesia,
Entre o branco do papel e o caos do pensamento.
Mas como escreveria Deleuze e Guattari,
O caos é potência, é vida! E certamente sem o caos
Esses sentimentos não estariam no papel
E estaria eu, em um sono de calmaria!
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