segunda-feira, 20 de junho de 2016

Quem diria!

As pessoas dizem ter borboletas na barriga...
Já as minhas, ficam alojadas no peito,
Entre o ar e o sangue, isso, bem ali!

Ah, e quando aparecem, causam uma confusão tamanha!
Mas quem diria que elas iriam voltar a voar aqui,
Habitar um espaço que outrora não havia flores e que a vida findava.

E elas, as borboletas, me fizeram experimentar, 
O peso que suas assas trazem, e junto, descobri,
Que dieta ou corrida no mundo é capaz de diminuir esse peso,
A areia que cai da ampulheta, só isso, deixa à vida mais leve. 

Mas essas borboletas... Nunca foram minhas amigas!
O balé das suas assas no peito, provoca uma angústia
Sempre trazendo indagações... Como essa...
Trocaria uma amizade por uma noite?

Como trocar um abraço carinhoso e um choro empático,
Uma música, conversas densas e sorrisos por uma noite?
Isso não cabe em uma noite, precisam de noites e dias.
Isso cabe em uma vida, cabe nos afetos, cabe nos cuidados.

Como trocar tudo isso por uma noite?
Por que trocar a construção de uma amizade
Pela efemeridade de uma noite?
Ah, essa angustia...

Malditas borboletas que não me trazem paz...
Mas me trazem vida,
Assim, do jeito que ela sempre existiu para mim, 
Incômoda, truculenta e intensa!
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