terça-feira, 21 de junho de 2016

Fim da escravidão - 1888, mas e hoje?

O ano é1888, o dia, 13 maio, a notícia: a Princesa Isabel assinava a Lei Áurea. O fato: juridicamente era decretado o fim da escravidão. Os motivos: por pressões externas das potências liberais (entre outras: Inglaterra e EUA) que precisavam construir/ampliar o mercado consumidor, o qual, o trabalho assalariado ajudaria a movimentar a economia de consumo. O resultado fictício: o Brasil abolia a escravidão.

Como resultado de uma elite, intelectualmente e economicamente atrasada, a sociedade brasileira alicerça-se no racismo estrutural e institucionaliza-o. A pseudo liberdade, afirmada na Lei Áurea, não se refletiu em liberdade real, e ainda hoje, recebemos as chibatadas dos senhores em nossas costas. 

A banda “O Rappa” canta: "Todo camburão tem um pouco de navio negreiro", retratando a vida de homens e mulheres, que devido à pigmentação da pele, sofrem diariamente a opressão secular do racismo em uma sociedade estruturada em uma mentalidade escravista, mostrando que só se modernizou, mas que ao senhores e os capitães do mato, continuam presentes. 

Assim, completamos 128 anos, da promulgação da Lei Áurea, contudo o racismo e o preconceito imperam e as políticas afirmativas são nulas, se comprarmos como países como Estados Unidos e África do Sul.

Ao contrário desses países, damos passos à trás, como no dia 13 de maio, desse ano, quando Presidente (Golpista) em exercício da República, extinguiu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, mostrando que as poucas políticas públicas que se estruturam como consequência da luta contra o racismo e da opressão nos vários âmbitos da sociedade brasileira incomoda muito a elite e “class media”, que permanece com o mesmo pensamento retrógado do século passado.

Nesse sentindo, o cinismo do mito racial, apresentando em “Casa Grande e Senzala” ajuda a invisibiliza as opressões e agressões que sofremos diariamente, mascarando o racismo e tornando-o mais difícil de ser combatido.

Em um momento tenebroso, no qual, as 23 pessoas mais importantes do país são: homens, brancos e representantes dos setores mais atrasado da elite nacional, devemos esperar retrocessos e ataques aos conjuntos dos direitos conquistados ao longo da última década, ataques que serão maiores, do que os promovidos pelo Governo do PT/PMDB.

No entanto, outra canção, agora da banda “Nação Zumbi”, nos dá uma pista "d(o) que fazer"(?) (só para lembrar de Lenin, também): “Me organizando, eu posso desorganizar. Da lama Aos Caos, do Caos a Lama!”



"Salve zumbi! Somos todos os Panteras Negras!"



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